quinta-feira, 21 de junho de 2018
segunda-feira, 11 de junho de 2018
III Congresso Angolano de Bombeiros - Sá da Bandeira - Lubango - Agosto de 1967
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/festas-da-cidade-em-sa-da-bandeira/
Link dos arquivos da RTP, onde se pode ver do minuto 1,43 até ao 6 imagens (sem som) de parte do Congresso, nomeadamente o desfile nas ruas de Sá da Bandeira / Lubango e exercícios no quartel dos bombeiros.
Temas:
1967,
Angola,
B V Sá da Bandeira,
Congresso Sa da Bandeira
segunda-feira, 4 de junho de 2018
XXI Congresso dos Bombeiros Portugueses - Lisboa 1974 - Por Luís Miguel Baptista
LISBOA – 74
Os bombeiros de Portugal no alvor da democracia
Pesquisa/Texto: Luís Miguel Baptista

Inicialmente
prevista para Castelo Branco ou Tomar, a reunião magna acabou por ter
lugar na capital, nas instalações da Feira Internacional de Lisboa.
Apesar
do carácter apolítico da Instituição-Bombeiros, a situação
recém-vigente fez-se repercutir, inevitavelmente, nos trabalhos daquela
que veio a ficar marcada como sendo "uma jornada de confraternização do
voluntariado e ao mesmo tempo de uma chamada de atenção para os
problemas dos bombeiros portugueses".
O último
facto da citação ficou bem espelhado na acutilante tese dos Bombeiros do
Distrito de Aveiro, apresentada por David Cristo, presidente da
Direcção da Companhia de Salvação Pública "Guilherme Gomes Fernandes",
de Aveiro (Bombeiros Novos), subordinada ao tema "Voluntariado: ainda
uma esperança – apesar do quase nada que se fez sobre o muito que se
disse".
Na verdade, desde 1970, que os
responsáveis pelos bombeiros portugueses vinham reclamando, junto do
Governo, a criação dum órgão nacional de socorrismo, não vendo
satisfeita esta e outras legítimas aspirações.
O
quotidiano das vulgarmente designadas "corporações de bombeiros" via-se
configurado, na sua esmagadora maioria, num quadro de miserabilismo.
Aliás,
a imagem que apresentamos relativa ao desfile de encerramento, onde se
destacam, para a altura, incipientes e obsoletas viaturas, traduz o
sentido das exigências dos congressistas, tal como "o apetrechamento dos
corpos de bombeiros com material suficiente para todas as missões:
normalizado, eficiente e sempre actualizado".
Paralelamente,
e uma vez consideradas outras necessidades, que não apenas um carro e
uma mangueira, o primeiro congresso nacional dos bombeiros, no Portugal
democrático, clamou, ainda, inspirado na tese de Aveiro: "a promoção
social e pessoal do voluntário, concedendo aos homens e às corporações
que servem justas regalias", bem como "estimar o voluntário na sua real
valia, garantindo-se-lhe amparo suficiente e, a todos os níveis,
condigna representatividade".
Ansiava-se, no
fundo, mais do que nunca, pela "verdadeira reestruturação dos bombeiros
portugueses", tendo por base os ventos de mudança e os sinais de uma
nova sensibilidade governativa perante os problemas do voluntariado.
Por
influência directa da Liga dos Bombeiros Portugueses, entretanto
organizada em federações distritais, e de uma dinâmica no dirigismo
nunca antes vista que veio a despontar, a nível nacional, após o
Congresso de Lisboa, o ano de 1979 ficaria consagrado como verdadeira
coroa de glória através da institucionalização do Serviço Nacional de
Bombeiros (SNB), organismo que, acompanhado de adequada legislação para o
sector e agindo no escrupuloso respeito pelo interesse dos bombeiros
portugueses e do país, guindou, progressivamente, os corpos de bombeiros
a um apreciável patamar de modernidade e eficácia.
A
abertura do 21.º Congresso contou com a presença do ministro da
Administração Interna, tenente-coronel Manuel da Costa Brás, enquanto o
encerramento mereceu a comparência do representante do Presidente da
República, general Francisco da Costa Gomes, general Fontes Pereira de
Melo, chefe da Casa Militar.
No desfile apeado e
motorizado, com percurso ao longo da Avenida da Liberdade, participaram
"141 corporações, com 287 viaturas, das quais 174 de combate a
incêndios, incluindo uma dezena de auto-tanques, seis auto-escadas, três
carros-oficinas, seis viaturas ligeiras especiais e 99 ambulâncias".
Segundo imprensa da época, o público "aclamou vibrantemente" os bombeiros na sua passagem.
O
comando do desfile esteve a cargo do comandante eng.º José de Oliveira e
Silva, dos Bombeiros Voluntários de Leixões, secretário do Congresso,
em representação do vice-presidente do mesmo órgão, comandante eng.º
Pedro F. de Albuquerque Barbosa, dos Bombeiros Voluntários Portuenses.
Como
curiosidade histórica caracterizadora do momento, por razões
conjunturais da política em curso conducente ao termo do colonialismo e
também de modo a evitar eventuais problemas num período de natural
efervescência, os comandantes em representação dos corpos de bombeiros
de Angola foram aconselhados a desfilar envergando a farda azul, ao
invés da farda branca desde sempre usada naquele tipo de ocasião. "Se
não formos de branco, não vamos!"- responderam, inconformados, os
comandantes. "E não foram", recorda o blogue de homenagem ao comandante
Armando Cardoso Soares.
Finalmente, de referir
que o Congresso de Lisboa elegeu para presidente do então Conselho
Administrativo e Técnico da LBP (biénio 1975-1976) o padre Vítor
Melícias, presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários de Lisboa,
sucedendo a António Moura e Silva, personalidade de créditos firmados,
líder da confederação durante cerca de 20 anos (1955-1975).
Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia
Site do NHPM da LBP:
www.lbpmemoria.wix.com/nucleomuseologicodomingo, 13 de maio de 2018
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