quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Amália

Resolvi colocar música no Blogue.
Claro que só podia ser a Amália Rodrigues.
O Pai gostava de Fado cantado pela Amália.
Quantas vezes acordei, aos domingos, ao som da Amália? Muitas!
E aquele autógrafo dado pela fadista ao Pai, no punho da camisa? Nunca mais a vestiu e guardou-a religiosamente no guarda-fatos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Lembro-me de tantas vezes dormir em vossa casa, Xinho, no Lubango, e lá está, também ouvia aquela música logo pela manhã, ainda os olhos não se tinham despegado dos sonhos, que surgia de uma aparelhagem na sala. Em casa do Xinho havia música logo pela manhã.
Outra imagem que me faz avivar o teu pai, o meu tio Armando, é a recordação de um quadro grande ao alto na parede da vossa sala de estar, pintado com um bombeiro a retirar uma mulher quase desfalecida por uma janela, de um prédio em chamas.Ficava parada nos meus olhos de garota, a admirá-lo. Sempre me impressionou aquela pintura e sempre a liguei ao teu pai, claro.
Também tenho muitas saudades dele, era muito carinhoso para mim, quando me via sorria sempre e chamava-me Bisinha com aquele ar de homem ternurento. A sede dos bombeiros no Lubango, era ao lado da escola 60 e ao pé do jardim escola, lembro-me de andar nos dois e ao ouvir a sirene dos bombeiros, dizer aos meus coleguinhas olha lá vai o tio Cardoso a correr dentro de um daqueles grandes camiões vermelhos. E pela cidade do Lubango, quando havia uma banda de bombeiros ou um desfile importante e eu por acaso ali passava talvez a caminho da escola, conseguia distingui-lo no seu fato branco e "chapéu" de comandante, ou num fato de combate às chamas, acho que cinzento e com um capacete prateado, e como eu era miúda pensava sempre que ele era um herói como o bombeiro do quadro, e não o foi à sua medida? E não o é em muitos corações?

bj Gabriela Ludovice